Não são todas as pessoas que aceitam perder. Há livros de auto-ajuda que nos "ensinam" a ganhar, vomitam discursos persuasivos e argumentam que fomos, um dia, uma célula vencedora e que nascemos para ganhar, sempre, e que não nascemos para perder, nunca.
É frustrante quando perdemos a carteira com todos os documentos, cartão do banco, e (menos mal) alguns trocados; ou quando se estaciona o carro em algum lugar, faz o que tem que ser feito e quando volta, o carro não está mais lá; perder o último capítulo da novela; perder no jogo em geral; perder a vontade de seguir carreira como ator, pois na última apresentação só havia duas pessoas na platéia; perder a paciência com os pais, com os filhos, namorada ou namorado, amigo ou amiga; perder a confiança em alguém em quem confiávamos cem por cento e, em consequência, perder, por apenas um momento, o contentamento; e, por fim, perder a pessoa amada.
Competir é uma característica dos seres vivos mas só o Homem possui a consciência de que tadas as coisas possuem uma dupla existência. E, a parir deste momento, perder passa a ser inaceitável. Se não houver uma competição não há vitória e nem derrota. Essa determinação humana de estar sempre na frente é responsável pela alta evolução do sapiens ao longo desses 40.000 anos de existência da consciência e também pela origem do erro no decurso da história da humanidade. O Homem é um ser errante por natureza. E através do erro encontra-se a forma correta do acerto.
Nem sempre perder é uma maldição. Mas é preciso saber como. Como lidar com a perda.
sexta-feira, 28 de março de 2008
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